Sinopse:
Desde os primórdios, a imagem da mulher tem sido alvo de idealizações seguidas de críticas que, muitas das vezes, serviram somente para mensurar a sua singularidade. Quando atrelada ao divino, foi vista como fazedora de magia negra, chamada de bruxa e lançada à fogueira. Nunca efêmera, entretanto, tão vivaz na sua profundeza, que ocasionou temor no frágil opressor que, conforme Beauvoir (1949), em Le Deuxième Sexe , define a mulher não em si, mas relativamente a ele; ela não é considerada um ser autônomo.
A Antologia Sagrado Feminino: Poéticas do Autoamor, tem o intuito de evidenciar a magnitude feminina, mesclando quarenta e oito vozes com características distintas, para evocar a mesmíssima filosofia de vida que atende por sororidade.
Do poema ao artigo de opinião, cada texto expressa em seu contexto os afetos nutridos e os desafetos sofridos, alinhados com a intrínseca necessidade que toda Maria tem de erguer a cabeça, ainda que esteja submersa em tristeza. É um fato que está entranhado na historicidade do gênero feminino o discurso machista apontando-nos como o sexo frágil, porém, até mesmo no reino animal, é a fêmea que demonstra mais vigor.
Em combate ao insistente apagamento das nossas conquistas, projetos como esse reiteram a ascensão da mulher no decorrer dos séculos, servindo não tão somente como registro da ancestralidade valente que esbraveja latente nas falas de mulheres há muito silenciadas, mas também, inspirando a nova geração a ser autora da própria história, independentemente da etnia, classe social ou sexualidade.